A música não é apenas
escolher os acordes/notas, ter técnicas vocais para cantar ou como
desinformados dizem, “só barulho”. Já ouvi também pronunciarem que a música não está
nos estilos das roupas. Claro que não, um musicologista não tem como usar as
roupas de todos os estilos de uma só vez. Mas também, escolher um estilo é algo
íntimo, algo com que você se identifica, algo que represente seus desejos e sua identidade.
A música pode representar a vida
real ou a fantasia. Momentos de alegria ou tristeza. Todas as pessoas mudam seu
estado de espirito e ouvem o que mais lhe agrada. Quando David Bowie resolveu
criar o Ziggy Stardust, era uma fantasia com o proposito de nos fazer refletir.
O blues começou com as Worksongs (canções de trabalho), onde os negros cantavam
para aguentar as longas jornadas diárias de trabalho. Eram canções sobre amor,
traição, vida rural, entre outros temas = realidade. Até que o estilo foi crescendo até se
mudar para Chicago, onde se fundiu com a guitarra elétrica e que fez logo depois
surgir o Rock n’ Roll.
O Rock... O estilo que viria a liberar as essências mais profundas e escondidas das pessoas. O estilo que seria o modo de expressar as indignações. Com temas sobre a insatisfação
sobre o sistema cultural, educacional e político, o rock era o difusor das
ideias que os jovens precisavam para liberar toda essa vontade aprisionada de revolução.
“...a vibração negra, sua voz
grave e rouca, sua sexualidade transparente e seu som pesado agora alimentado
pela guitarra elétrica, tudo isso parecia bem mais atrativo a milhões de
jovens, inicialmente americanos mas logo por todo o mundo, que pareciam
procurar seu próprio estilo de vida. (Chacon, 1985, p. 25)”
Além de todas as emoções que os
instrumentos nos passam, as composições permitem que possamos escuta-las
e pensar: “eu passo por isso” e descobrir uma solução para o que se é almejado.
O rock é muito mais do que um
tipo de música: ele se tornou uma maneira de ser, uma ótica da realidade, uma
forma de comportamento. O rock é e ´se define´ pelo seu público. Que, por não
ser uniforme, por variar individual e coletivamente, exige do rock a mesma
polimorfia (...)Mais polimorfo ainda porque seu mercado básico, o jovem, é
dominado pelo sentimento da busca que dificulta o alcance ao porto da definição
( e da estagnação...) (Chacon, 1985, p. 18-19)
Falar sobre estilo de vida, sobre as inspirações, é algo que incomoda os que se preocupam com alguém que escolhe um caminho ou os que se acham na obrigação de seguir modelos da humanidade. Sobre a questão das drogas e do
álcool, esse foi um detalhe que marcou a vida dos artistas de alguns gêneros musicais. Alguns
morreram por conta de overdoses, acidentes, entre outros. Mas afinal, tudo
começou ali e muitos naquela época poderiam não ter conhecimento das
consequências. Mas nós que temos informações, temos também consciência para
saber o que devemos ou não fazer e se tomarmos como exemplo alguns desses
artistas, poderemos ter o mesmo fim que eles. Então, a música influencia até um
certo ponto.
Então, em qual estilo de vida vocês se encontram? Blues, Soul, Rock,
Folk, Pop, Grunge, Punk, Hippie...?
Lily.
Lily.